terça-feira, 29 de março de 2011

Agora é GREVE!



Governo troca comando da Polícia Rodoviária Federal

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FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA

O governo federal decidiu trocar o comando da Polícia Rodoviária Federal. Prestes a completar oito anos como diretor-geral da corporação, o inspetor Hélio Cardoso Derene perdeu o cargo na tarde desta segunda-feira.

A portaria com a exoneração de Derene vai ser publicada amanhã no "Diário Oficial da União".

Para assumir o comando da PRF, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, escolheu Maria Alice Nascimento Souza, atual superintendente do Paraná. A nomeada enfrenta resistências de representantes sindicais da polícia rodoviária, que a consideram "continuísmo" da atual gestão.

Desde dezembro do ano passado, sindicatos da categoria em 22 Estados e no Distrito Federal pressionavam pela troca de comando. Às vésperas do Carnaval, ameaçaram fazer greve se a reivindicação não fosse atendida.

"A greve foi aprovada, mas está sobrestada porque o Ministério da Justiça abriu uma negociação. Não queremos reajuste salarial, apenas uma gestão mais eficiente", afirma Francisco Von Kossel, presidente do sindicato no Rio Grande do Sul.

Os policiais insatisfeitos com a gestão de Derene criaram uma página na internet para criticar a "apatia" da direção. Incluíram até um "Derenômetro" para contabilizar dias, horas, minutos e segundos que a instituição está sem mudanças na cúpula.

Foram encaminhados ao Ministério da Justiça pelo menos três ofícios assinados por policiais pedindo explicitamente a exoneração da cúpula da PRF diante do "sucateamento dos recursos materiais e humanos", "péssimas condições de trabalho e desmotivação dos servidores".

MJ demite superintende do Pará



Inspetor Isnard já estava 8 anos no poder e não deixou muita saudade...

GABINETE DO MINISTRO

PORTARIA No 348, DE 28 DE MARÇO DE 2011

O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA, no uso da atribuição
que lhe foi delegada pelo art. 1o, inciso I, do Decreto nº 3.035, de 27 de abril
de 1999, tendo em vista o constante no Processo nº 08650.006903/2005-74
e no Despacho nº 407/2010/CAD/CGJUDI/CONJUR/MJ, que adoto e com
fundamento no art. 132, inciso XIII, da Lei nº 8.112/90, resolve:
DEMITIR ISNARD ALVES FERREIRA, matrícula SIAPE
nº 1070121, do cargo de Policial Rodoviário Federal do Quadro de
Pessoal do Departamento de Polícia Rodoviária Federal do Ministério
da Justiça, pelo enquadramento nas infrações disciplinares previstas
no inciso IX do art. 117 e inciso IV do art. 132 da referida lei.

JOSÉ EDUARDO CARDOZO

sexta-feira, 25 de março de 2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

Estado de Penúria...


Falta de condições de higiene no DPRF

Prezados Associados,

Informamos que impetramos em 28/02/11, Requerimento Administrativo nº 01/2011, solicitando ao Senhor Diretor Geral do DPRF redução da jornada de trabalho.

O motivo que culminou este requerimento foi a falta de condições de higiene pessoal, visto que desde o início de fevereiro do corrente ano vem faltando papel higiênico, sabonete para higienizar as mãos e papel toalha nos banheiros do DPRF.

Ainda estamos aguardando uma resposta da Direção Geral sobre o assunto. Porém, como até o presente momento não recebemos qualquer explicação das autoridades do DPRF, informamos que outras medidas serão analisadas por nossa Diretoria, entre elas, comunicar o fato à DRT e ao MPT, pois esta situação se arrasta por quase dois meses sem solução.

Agradecemos aos Associados pelas reclamações enviadas, estamos atentos e atuantes.

Pedimos que qualquer outra reclamação seja enviada para contato@sinprfdf.com.brEste endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo para que possamos adotar as providências cabíveis.

Nosso compromisso é com NOSSA CATEGORIA.

Atenciosamente,

A Diretoria

quarta-feira, 16 de março de 2011

SINPRFMA adere ao movimento por uma NOVA PRF


rca-feira, 15 de Marco de 2011.
AGE-SINPRF/MA EM IMPERATRIZ NO DIA 15/03/2011


INFORMAMOS A TODOS OS SINDICALIZADOS QUE CONFORME AGE REALIZADA EM IMPERATRIZ NO DIA 15/03/2011 ÁS 9H,FOI VOTADA E APROVADA A ADESÃO AO MOVIMENTO NACIONAL PELA SUBSTITUIÇÃO DO DIRETOR DO DPRF/MJ.

http://www.sinprfma.com.br/noticia.php?id=0000000233

domingo, 13 de março de 2011

Qualquer semelha INFELIZMENTE não é mera coincidência...

Especialista adverte: A fiscalização é insuficiente

Para especialistas, chuva e aumento da frota não explicam número de mortes nas estradas
Alex Rodrigues
Da Agência Brasil
Em Brasília



Estradas federais tiveram 213 mortes durante o Carnaval, um aumento de 49%
A imprudência, a chuva e a quantidade crescente de veículos nas estradas brasileiras
contribuíram para o aumento de 47,9% no número de mortos nas estradas federais
durante o Carnaval deste ano, mas não são as únicas causas da tragédia que se tornou
o trânsito brasileiro. A opinião é de especialistas ouvidos pela Agência Brasil logo
após a divulgação, hoje (10), do balanço final da operação da Polícia Rodoviária
Federal (PRF).

Para o pesquisador do Centro de Formação em Transportes da Universidade de Brasília
(UnB) Flávio Dias, a legislação de trânsito brasileira precisa ser modernizada,
principalmente no que diz respeito à responsabilização do Poder Público pelos
acidentes de trânsito, a exemplo do que já ocorre em países como Chile, Argentina,
Estados Unidos e Canadá.

“Lógico que há motoristas imprudentes, mas em um país com tantas estradas mal
projetadas, pessimamente pavimentadas e mal sinalizadas, o que ninguém discute é a
responsabilidade do Poder Público. Em países mais sérios, o governo é o primeiro a
responder pelos acidentes e, por isso mesmo, os governantes tratam a questão com
maior seriedade”, afirmou Dias à Agência Brasil.

Dias concorda que, em tese, o aumento da frota de veículos implica em um maior risco
de acidentes. Para ele, contudo, isso só confirma que as leis brasileiras necessitam
ser revistas com a participação de especialistas. “Existem soluções para resolver o
problema, mas os governantes não atentam para elas."

Professor do Departamento de Geotecnia e Transportes da Faculdade de Engenharia
Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Orlando Fontes Lima Júnior
concorda que, quanto mais carros houver nas estradas, maior será a probabilidade de
acidentes, principalmente em dias de chuva, como foram os do último Carnaval. Para
ele, no entanto, isso não é suficiente para explicar o elevado número de mortes nas
estradas brasileiras.

“A morte está mais relacionada ao atendimento médico rodoviário que é
disponibilizado. Tanto que, logo após a privatização de algumas rodovias, o número
de mortos nestas estradas diminuiu”, disse Fontes.

Segundo o coordenador do Núcleo de Estudos de Segurança no Trânsito da Universidade
de São Paulo (Nest-USP), professor Antonio Clóvis Pinto Ferraz, quando considerada a
proporção entre quilômetro rodado e número de mortes, a situação brasileira "é uma
tragédia", chegando a superar em 14 vezes o mesmo resultado obtido por países
desenvolvidos.

“A fiscalização é insuficiente, os valores das multas são pequenos e não estamos
investindo o suficiente em educação para o trânsito. Deveria ser criada uma agência
nacional para cuidar especificamente da segurança no trânsito. Porque os órgãos que
hoje cuidam do tema não o estão fazendo adequadamente”, criticou Ferraz.

A Agência Brasil procurou o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para
comentar as críticas dos especialistas, mas ainda não obteve retorno.

sexta-feira, 11 de março de 2011

TEXTO DO SINDPRFCE

CARNAVAL SANGRENTO!
Data: 10.03.2011 90 visualizações
SINDPRF-CE - 10 de março de 2011
CARNAVAL SANGRENTO!

Quebrar recordes parece ser um dos carros chefes da atual administração do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, lamentavelmente nem todos os recordes quebrados são comemoráveis.

Não faz muito tempo em que a atual administração bateu o recorde de um milhão de acidentes, agora bate mais um, o do carnaval mais violento da história das rodovias federais. Uma mórbida curiosidade assola meu íntimo, que é sobre a possível explicação por tamanha barbárie ocorrida neste feriado.

Não sei que explicação os estudiosos que nos dirigem darão, imagino, porém tenho algumas explicações e dados interessantes que devem ser analisados para que possamos chegar a uma conclusão óbvia, que direi ao final.

Há alguns meses atrás nascia uma nova metodologia de aferição do trabalho do policial rodoviário federal da atividade fim. Destaco aqui a avaliação do trabalho da atividade fim, pois a administração nunca fora legalmente avaliada, somente pelos altíssimos índices de rejeição do efetivo. A portaria 030, a mais nova “espertise” da administração atual, priorizava a quantidade de abordagens feitas, em detrimento da qualidade da abordagem ou de seus resultados. Há determinação para um número mínimo de abordagens e testes de etilômetros a serem feitos, independente de haver sinais de embriaguez.

Com essa ordem para a realização de um número mínimo de abordagens, aquela análise policial, a seleção dos veículos a serem abordados pelo policial deixou de ser feita, pois a palavra de ordem é número e não seletividade. Havendo seletividade, ao fim do plantão o policial que trabalha em busca de resultados, pode não alcançar sua meta de abordagens, ou ficar muito aquém de outros policiais que abordarão um número bem maior de veículos sem nenhum critério.

A sociedade tem pequena parte de culpa nesta questão, pois ao se priorizar a qualidade da abordagem, no sentido de procurar prisões e motoristas com grande possibilidade de cometimento de infrações, qualquer órgão de trânsito é duramente criticado com o rótulo de “indústria da multa”! Uma administração fraca aliada a críticas neste sentido procurou outros métodos para que se pudesse avaliar o trabalho do policial, priorizando a quantidade de abordagem.

Porém a maior parte desta conta deve ser creditada a uma administração ineficiente, distanciada da atividade fim, sem liderança, antipática; dentre outras características.

É um absurdo que se crie um método de avaliação que tolha o bom e velho “tino policial”, fazendo que o policial se torne um recenseador das rodovias. O resultado deste desastre é o maior índice de vitimas fatais no feriado de carnaval da história do Departamento de Polícia Rodoviária Federal.

Muitas questões são alegadas pelos dirigentes do DPRF como: chuva, imprudência dos motoristas, aumento da frota de veículos... e podemos contra argumentar todas elas.

Segundo estatísticas do próprio DPRF, a maior parte dos acidentes ocorre em pistas retas e em dias claros. Com a chuva, o motorista aumenta a atenção, anda mais devagar, diminuindo assim o risco de acidente. Acho até que devemos agradecer a chuva neste carnaval, pois o resultado poderia ser mais desastroso.

Qualquer órgão de fiscalização de trânsito existe para fazer cumprir a lei, para minimizar os efeitos da imprudência dos motoristas em relação às infrações de circulação. Se a fiscalização não está atingindo este objetivo, ou os policiais não estão trabalhando de maneira correta, ou a maneira de trabalhar que lhes foi imposta é ineficiente.

Os números apresentados pelo departamento mostram que as metas de abordagem foram ultrapassadas em muito, o que nos reafirma a ineficiência de uma quantidade de abordagem em detrimento à seletividade da abordagem, amplamente difundida pelo efetivo que trabalha na atividade fim.

O aumento da frota também é um fator que poderia implicar em aumento do número de acidentes, porém os acidentes aumentaram bem mais do que o índice de crescimento da frota e o crescimento do efetivo não acompanhou nenhum dos dois índices! Hoje temos em torno de 4000 vagas em nosso quadro, pela ineficiência na realização de concursos. Temos um concurso parado por suspeitas de fraude com a contratação sem licitação de uma empresa que já esteve envolvida em várias outras situações suspeitas.

O resultado deste desastre em nossa administração são os desastres ocorridos em nossas rodovias federais.

Gostaria de creditar aqui também, parte da culpa em quem apoia os administradores que aí estão. A força política que sustenta administradores ineficientes também tem o sangue das vítimas inocentes em suas mãos. Pois os acordos obscuros que são feitos para a manutenção de pessoas tão despreparadas à frente de um órgão de segurança pública devem ter uma razão, porém esta passa longe do interesse público.





Relato pessoal sobre os dias de plantão durante o Carnaval e as planilhas da portaria 030.



Mais um dia de trabalho, mais um plantão em nossas rodovias federais. Sempre fui um policial que priorizava o resultado em minhas abordagens. São critérios subjetivos utilizados na seleção dos veículos a serem abordados, de foro íntimo que não vem ao caso explicitar. A verdade é que os bons policiais têm seus critérios subjetivos, baseados em um misto de experiências e intuição. Não há como se aferir experiência e intuição a não ser pelo resultado do trabalho de um policial, seja com prisões ou com multas aplicadas.

Sempre fui um crítico do método de avaliação implantado no DPRF pela portaria 030 e me recusava a abordar aleatoriamente só para criar números para ser apresentados por teóricos para satisfação de gestores que não tem a mínima noção do trabalho da atividade fim.

O resultado da minha recusa era abordagens quase sempre com algum tipo de resultado. Mesmo com baixo numero de abordagens registradas, os resultados das abordagens realizadas pela minha equipe sempre nos colocaram entre os policiais mais produtivos da minha delegacia e superintendência. Tal fato se aplicava à minha equipe, onde coadunávamos do mesmo pensamento e obtínhamos os mesmos resultados.

Com a operação carnaval em questão, o novo chefe da delegacia nos solicitou que déssemos uma atenção especial à aplicação do etilômetros nas abordagens e realizássemos um esforço a mais para registrar maior quantidade de veículos abordados. Além de ser contra o método de avaliação, também sou contra o uso do etilômetros indiscriminadamente, como foi imposto aos chefes de delegacia e ao efetivo da atividade fim, porém a equipe chegou a um consenso para que trabalhássemos da maneira que estava nos sendo imposta pelo sistema criado por nossos gestores maiores e déssemos uma resposta positiva ao novo chefe da delegacia, que tem realizado um bom trabalho com o que lhe é disponibilizado.

Foi citado por um dos colegas que analisou o trabalho das outras equipes que estávamos bem abaixo dos registros de abordagens apresentada por outras equipes e tal fato poderia nos prejudicar nas avaliações e na manutenção da equipe.

Assim se deu nosso engajamento tardio no preenchimento da planilha, conforme imposição do departamento.

Não selecionar os veículos abordados me causava frustração, pois ao se iniciar uma abordagem, não deveríamos iniciar outra sem que a primeira terminasse e ao ver um veículo que gostaria de abordar, passando enquanto abordava outro só por abordar, me deixava frustrado.

O resultado de nossa ação foi que nos igualamos às outras equipes no número de abordagens, mesmo que o número de prisões e multas tenha diminuído. Há que se falar na profunda frustração externada ao chefe da delegacia, que se fez presente ao término do plantão, com o método utilizado que tirava do policial a maior arma que possuíamos, a inteligência e a intuição.

Atualmente fazemos um policiamento burro e ineficiente. Com os bons policiais sendo anulados por todo o Brasil neste carnaval, o resultado não poderia ser diferente.

Com isto resta demonstrado que a determinação de abordar foi cumprida pelo efetivo, resta saber se foi o melhor método de trabalho imposto pela Direção Geral. Os resultados falam por si.

Alexandre de Oliveira Azevedo

Diretor Jurídico do SINDPRF/CE

http://www.sindprfce.com.br/artigos.php?ident=133

Carnaval sangrento


PRF - O Carnaval Sangrento e o Derennismo

Um dos mais antigos gestores do serviço Público Federal, o Diretor da Polícia Rodoviária Federal, Hélio Cardoso Derenne, cuja administração está marcada e manchada pelo índice negativo de mais de 1 milhão de acidentes que ceifaram quase 53 mil vidas , alcançou mais um recorde negativo, o carnaval sangrento de 2011, que contou com 4165 acidentes , 213 mortos e mais de 2441 feridos , sendo o maior índice dos últimos 6 anos.
2005 - 148 mortos
2006 - 123 mortos
2007 - 145 mortos
2008 - 128 mortos
2009 - 127 mortos
2010 - 143 mortos.

Um aumento de quase 49 % em relação a 2010.

Sabemos que o grande número de veículos,as imprudências dos motoristas e as chuvas contribuem para os acidentes. Tambêm temos plena certeza que estes argumentos são oportunamente utilizados pelo DPRF para mascarar e amenizar a sua responsabilidade sobre os fatos . Internamente os policiais sabem que o ingerenciamento constante, a grande falta de material humano e o excesso de burocracia criado pela atual direção contribuem sobremaneira para o combate às irregularidades que ceifam vidas, invalidam milhares de pessoas e ainda causam um enorme prejuízo ao sistema de saúde.

Todos os policiais sem exceção são obrigados a ficar horas à frente de um computador digitando dados de placas de veículos fiscalizados , CPFs e telefones de usuários que ficaram preenchendo durante todo o plantão , ao invés de estarem fiscalizando e combatendo as imprudências. Este procedimento de preenchimentos de planilhas da famigerada portaria 30 é a única meta cobrada pela administração da PRF.Faltam formulários básicos de apreensão de documentos e veículos.Viaturas sucateadas no atendimento ao público e carrões descaracterizados para as chefias diversas . Decisões como esta são as grandes responsáveis pela falta de uma política mais eficiente no combate a esta carnificina que aumenta a cada ano.

Gostaríamos de saber se este "eficiente " modelo de administração é o que o Ministério da Justiça insiste em manter?

Até quando teremos que conviver com estes índices alarmantes de violência desenfreada no trânsito das rodovias federais?

Até quando a sociedade vai pagar a conta de uma política ineficiente de combate aos excessos que levam à morte?

Até quando um número extremamente reduzido de policiais terão que se desdobrar para tentar prestar um serviço satisfatório à população?

Até quando teremos que conviver com o continuísmo de uma gestão ultrapassada e ineficiente?

A sociedade clama por uma solução urgente!!

Com a palavra o Sr. Ministro da Justiça.

Autor: D.A.C. Severo -Policial Rod. Federal Indignado

Fonte: Portal UHNews

http://sinprfdf.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=555&Itemid=1

A banalidade da violência no trânsito e os discursos pós-morte

Aceitar que a violência possa ser um fato normal é uma tentativa de diluir o terror que ela provoca, de se submeter aos seus efeitos. A barbárie e o terror se manifestam de várias formas. Uma delas é forma como são apresentados os fatos. Uma série de justificativas infundadas e espetaculares que impossibilitam a capacidade de apreensão e de reflexão sobre os acontecimentos é o dado concreto do discurso que banaliza a violência.

A cada feriado prolongado cria-se uma expectativa sobre os acidentes de trânsito nas rodovias federais. O carnaval de 2011 foi o período mais violento nas rodovias brasileiras desde a existência da Polícia Rodoviária Federal, criada há 83 anos. Foram ceifadas as vidas de 213 pessoas que morreram nos locais dos acidentes. Segundo estudos do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – mais dois terços de pessoas feridas perdem a vida nos trintas dias subseqüentes ao acidente. Isso quer dizer que as rodovias federais brasileiras produzirão 358 mortes no Carnaval de 2011. Mais de 2.000 pessoas feridas terão que conviver com seqüelas físicas e psicológicas decorrentes dos acidentes de trânsito nas rodovias federais durante o Carnaval de 2011.

Há alguns anos, o sistema sindical da Polícia Rodoviária Federal vem denunciando esse quadro de tragédias e de mortes que ocorre nas rodovias federais brasileiras. A vida na estrada nada significa para as autoridades responsáveis pela segurança nas estradas. Importa, sim, é ter uma boa “justificativa” para a morte. Não é de hoje que a administração da Polícia Rodoviária Federal “comemora” as tragédias rodoviárias. Ali, Fala-se em centenas de mortes com um indisfarçável sorriso no rosto, pois morte na estrada significa indicador econômico positivo.

Por vários anos as justificativas apresentadas convenceram parte da imprensa e da sociedade de que a culpa é sempre do condutor ou, então, da agenda positiva do Governo – economia em expansão; estradas melhores; combustível mais barato, mais viagens. Existe um mínimo de verdade nessas argumentações, mas, 99% das justificativas não passam de mera retórica. Como pode o crescimento da economia de um País justificar milhares de mortes. A prova disso é que uma possível redução das mortes em decorrência dos acidentes rodoviários jamais seria anunciada como indicador de queda dos índices econômicos.

Nesse Carnaval de 2011, um dos coordenadores da Operação Carnaval da Polícia Rodoviária Federal admitiu que nos próximos anos a quantidade de mortes nas rodovias serão mais “significativas” em razão do aumento da frota de veículos. O que significa a vida para quem a morte é “significativa”? Um outro coordenador da PRF declarou que o número de mortes no carnaval foi elevado, todavia, “apreendemos uma tonelada de cocaína”. Quantas vidas valem uma tonelada de cocaína apreendida? Esse é o discurso que banaliza a violência no trânsito. Discurso produzido por aqueles que deveriam planejar e conduzir ações no sentido de reduzir os acidentes e as mortes. Mas não importam as mortes e as lesões. Importa o discurso pós-morte. Mesmo que a entrevista seja dada ao lado de um helicóptero policial “cenográfico” que, há mais de ano de sua aquisição, não sai do chão para salvar vidas ou prevenir acidentes.

O que falta, na verdade, aos responsáveis pela segurança no trânsito nas rodovias federais é a capacidade de ação proativa, de planejamento e de fiscalização. Por isso, produzem o discurso pós-morte para banalizar a violência no trânsito de hoje e dos próximos anos.

Quantas pessoas morrerão na Semana Santa? Não se sabe. Depende de alguns fatores que se evidenciarão na ocasião de produzir o discurso pós-morte. De todo modo, as desculpas espetaculares e cenográficas já estão sendo cuidadas. O discurso irresponsável pode ser tão violento quanto a própria morte.

Brasília, DF, 10/03/11.
José Nivaldino Rodrigues
Presidente do SINPRF/DF

http://sinprfdf.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=556&Itemid=1

sexta-feira, 4 de março de 2011

Nota sobre a reunião da Comissão Nacional de Greve com a Assessoria do Ministro da Justiça de 03/03/2011.

Nota sobre a reunião da Comissão Nacional de Greve com
a Assessoria do Ministro da Justiça de 03/03/2011.

A luta por uma NOVA PRF tem sido conduzida pela Comissão Nacional de Greve, legitimamente eleita no Conselho de Representantes da FENAPRF. A Comissão tem realizado diversas reuniões pré-audiência com o Ministro da Justiça, todas técnicas, no intuito de informar a essa nova gestão ministerial o verdadeiro cenário em que se encontra hoje a Polícia Rodoviária Federal.
Já havia sido apresentado à Assessora Dra. Maria Augusta o contrarrelatório do documento apresentado pelo Departamento, que explicita ponto a ponto a real situação da instituição, e hoje foi apresentado um relatório acerca das nossas fronteiras e as deficiências que a atual gestão apresenta na defesa do território nacional. Infelizmente, a conclusão do relatório de fronteiras indica uma ineficiência da atual gestão em realizar um planejamento e a consequente execução de ações de policiamento e fiscalização tão necessárias nesta área, o que fragiliza a segurança do país.
Todos esses relatórios culminarão num único documento de análise da gestão do DPRF 2003-2010, que será apresentado pela Assessora antes da audiência marcada para o dia 15 de março corrente. É importante salientar que a Comissão tem se posicionado no sentido de que essa audiência não seja apenas mais uma apresentação dos motivos que têm ensejado o pedido por parte dos sindicalizados de 22 estados e do DF de mudança da atual administração, mas sim a resposta efetiva do Ministro acerca do nosso pleito.
Na reunião deste dia 03, a Comissão reafirmou que a mudança da Direção é um anseio por uma NOVA PRF, uma PRF que atenda à demanda da segurança pública de nossas rodovias e fronteiras. Não é um pleito meramente político, que vislumbre atender a interesses pessoais. Dessa forma, a Comissão ressaltou à Assessoria que não tem a intenção de indicar nomes à Direção, pois entende que é uma decisão somente do Ministro da Justiça, mas solicitou a possibilidade de construção dessa indicação. A Comissão destaca que não aceita ser massa de manobra de qualquer oportunista que queira se aproveitar da situação para chegar à Direção-Geral, o que mostra isenção, e por este motivo, embora não indique nome, ela possui restrições de indicações de qualquer representante sindical (tanto dos sindicatos regionais, como da FENAPRF e do SINIPRF), de pessoas intimamente ligadas à atual administração (pois não queremos qualquer espécie de continuísmo), bem como solicitamos que não seja nomeada para a nova gestão qualquer pessoa que apresente histórico de corrupção. Foi solicitado ainda que a escolha do novo diretor atenda ao perfil profissiográfico e técnico, características de gestores defendidas pela própria Presidenta Dilma Rousseff.
A Comissão tem trabalhado arduamente para garantir os anseios dos sindicalizados. Nos dias dois e três deste mês, vários representantes sindicais do país inteiro juntamente com a Comissão percorreram o Congresso Nacional em busca de apoio e tem recebido resposta positiva de diversos parlamentares, os quais também entendem que oito anos são mais do que suficientes para a realização de um gestão administrativa e que a renovação se faz necessária e urgente.
Continuamos contando com o apoio de nossa base e solicitamos que todos fiquem atentos para, no caso de uma resposta negativa por parte do Ministro da Justiça, retornarmos à movimentação grevista.

Comissão Nacional de Greve - PRF