quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Qualquer semelhança...

Descrição da ação no AM (evento com morte de PF)


É madrugada no Rio Solimões. A escuridão e o silêncio são rompidos só pelo barulho de dois barcos com policiais federais que cortam as águas do rio na busca por traficantes de cocaína. Os barcos usados pelos policiais não são apropriados para o enfrentamento. Um é uma lancha apreendida com traficantes; outro é uma lancha da própria PF que, como tantas, é um arremedo de embarcação. Mas não importa, na cabeça daqueles policiais só há um pensamento: interceptar os traficantes e evitar que a cocaína chegue ao seu destino final.
O desfecho está próximo.

Mas antes do final é preciso falar sobre dois guerreiros que estão embarcados e atentos aos movimentos no Rio. Os agentes federais Leonardo Matzunaga Yamaguti e Mauro Lobo são de gerações diferentes. O primeiro na PF há 4 meses está realizando o sonho de se transformar em policial federal. O outro, na PF há mais de uma década, é exemplo e uma referência para todos que o conhecem. Em comum entre esses dois homens a vocação para estar na primeira linha, longe dos gabinetes cheios de papéis inúteis.

Mas a história segue e esses dois homens em breve se tornarão vítimas da Polícia que tanto se orgulham de levar no peito.
O barulho do motor de um barco se aproxima rapidamente fazendo com os policiais redobrem a atenção. Podem ser os traficantes. A informação é que este possa ser um grande carregamento de cocaína e ele não pode seguir.
Os policiais visualizam o barco que desce o Rio carregado. Há homens dentro, mas é noite. E noite no Amazonas é escura. O barco suspeito vai ser abordado, mas antes disso um barulho no motor é o sinal que os suspeitos estão mudando o curso para fugir. Rapidamente a lancha ruma para a margem para escapar dos homens de preto.

Os federais não desistem. Rumam na direção dos suspeitos em seus barcos improvisados. Sim, são os traficantes. Um grupo de criminosos ganha a margem e avança rumo a um barranco. Os policiais miram a luz de um holofote, também improvisado para os criminosos. A abordagem está próxima do fim.

Os bandidos que chegaram às margens estão com fuzis e guiados pelos holofotes do barco dos policiais atiram sem pena A adrenalina no barco é intensa. Os federais respondem aos disparos. Os colegas da outra lancha também, mas os traficantes estão em vantagem. Com armas mais potentes que a dos federais, atiram de cima do barranco para baixo. O guerreiro Matzunaga é atingido e cai dentro do barco. Lobo vê o colega e continua a atirar contra os bandidos. Numa fração de segundo um tiro atinge seu peito e ele cai sangrando. O agente Charles Nascimento, que também está no barco, sente um impacto na cabeça. É um tiro que pegou de raspão. Outro disparo do fuzil dos traficantes atinge sua perna e ele cai ao lado dos irmãos que já estão mortos no barco.

Os federais continuam atirando e os traficantes covardes fogem.

Amanhece e a informação sobre a morte dos policiais começa a chegar às delegacias e Superintendências. Em Manaus os policiais, ainda chocados, começam a montar a logística para o transporte dos corpos e do colega ferido e também se organizar para sair na busca dos criminosos.

Aos poucos um misto de tristeza e revolta alcança os policiais. O risco é inerente à atividade policial, mas na Amazônia e em outros estados do Brasil esse risco é potencializado por uma polícia de faz de conta, incapaz de oferecer às mínimas condições de trabalho para os federais.

São lanchas inapropriadas para o combate, armamento insuficiente, falta de gasolina para embarcações, coletes vencidos e figuras, cujo único trabalho é fazer inquéritos, querendo comandar ações operacionais.

Prova disso é a declaração do Superintendente Regional do Amazonas, delegado Sérgio Fontes, que chegou às lágrimas falando dos colegas mortos Ele não explicou porque os policiais não têm o equipamento adequado para enfrentar o crime. Só para constar: O delegado tem um dos maiores índices de rejeição no plebiscito feito pela Fenapef.

Em Brasília não foi diferente na página do DPF nenhuma nota falando do assassinato dos colegas. Da boca do DG nenhum palavra que indicasse que haverá mudanças na forma como a PF vem conduzindo sua gestão, priorizando a burocracia do IPL e deixando os policiais de verdade a mercê de sua sorte. O DG tem mais de 80% de rejeição na categoria.






NARRATIVA DOS FATOS - LOBO e MATZUNAGA
>
> Esclarecimento dos Fatos:
>
> Na sexta-feira à noite dia 12/11, toda a galera da DRE estava reunida em
> um churrasco na ANSEF/AM.
> No churrasco, os colegas já estavam falando dos meios que não existiam
> para cumprir a missão que estava na iminência de acontecer. O APF.Lobo
> disse que tinha que conseguir dinheiro para o “rancho”, além do
> cozinheiro, fora as embarcações que estavam em péssimas condições.
> O APF.Leonardo tinha acabado de chegar de Tabatinga/AM para ficar em
> missão em Manaus devido ao fato da DRE ter uma defasagem muito grande de
> policiais. O NO/DRE (Núcleo de Operações da Delegacia de Repressão a
> Entorpecentes) da SR/AM conta somente com 06 policiais e sempre estamos
> abarrotados de serviço, e principalmente, sem condições de trabalho. Cabe
> ressaltar, que o APF.Lobo foi retirado da DRE pelo atual Delegado, por
> “colocar tudo no papel”, principalmente as péssimas condições em que a
> Delegacia se encontra, falta de efetivo, materiais, viaturas, e
> principalmente em virtude do Chefe da DRE não querer nada com o serviço.
> Conseqüentemente, colocaram o Lobo no corredor; depois, para arrumar a
> sala de armamento, e ele disse: “a administração local não sabe o que está
> fazendo, porque toda irregularidade vou colocar no papel”.
> Depois disso, mandaram ele em Tabatinga, quando retornou dia 07/11 foi
> lotado no NEPOM, que na verdade; na maior bacia hidrográfica do mundo; não
> existe NEPOM. A base do NEPOM está inativa, somente é utilizada a base do
> CIAPA para guardar as lanchas que estão quebradas. Havia somente duas
> lanchas funcionando e agora depois do ocorrido, uma apenas. Todavia,
> existe uma sala com computador e Internet com banda larga e ar
> condicionado para o chefe do NEPOM, que nem é piloto de embarcações e não
> tem um ano e meio de polícia.
> No sábado dia 13/11, de manhã cedo, o agente mais antigo da DRE; que
> chamamos de “Chefe do NO da DRE”, porque não existe atualmente no
> organograma do DPF o chefe do NO da DRE;, chegou para auxiliar os colegas.
> Eles iriam subir o Rio Solimões para interceptar o carregamento de drogas
> que estava descendo. O “chefe do NO da DRE” ligou para o Delegado da DRE
> que nem atendeu o telefone, isto é, estava desligado (ressaltando que leva
> a viatura para casa todos os dias) para tentar conseguir dinheiro para
> comprar o “rancho” do pessoal, pois dentro do Rio Solimões não existe
> restaurante ou algo semelhante. Então o “Chefe do NO da DRE” ligou para os
> colegas que estão com suprimento de fundos, logo um Agente lotado em outra
> delegacia conseguiu a verba para o “rancho”.
> O Agente “Chefe do NO da DRE”, ligou para o DREX (Delegado Regional
> Executivo) para conseguir o barco. Foi utilizado um barco que foi
> apreendido semana passada com traficantes. Como não temos lancha em
> condições de trabalho, o DREX autorizou sair com o barco que nem tinha
> ainda autorização da Justiça para uso.
> Sem lancha, sem dinheiro, sem rancho, sem comunicação com a SR (que seria
> o ideal ter o global star) o Agente “Chefe do NO da DRE” conseguiu reunir
> 07 policiais para a Missão, e dois barcos. Sendo 03 do NO da DRE, 01 de
> Tabatinga em missão em Manaus (Leonardo) e mais 03 do NEPOM.
> Quando fomos levar o pessoal no flutuante, o APF. Lobo levou muita munição
> de calibre 5,56, pois já sabiam que poderiam ter confronto; foi levado
> também o “Sofie”.
>
> A Abordagem
> Na madrugada do dia 17/11, os Policiais Federais fazendo campana próximo
> ao município de Anamã, em uma madrugada bem escura, com dois barcos.
> Em um barco estavam os APF´s Charles, Décio, Leonardo e Lobo e no outro
> barco os APF´s Roberval, Andrade e Ivon. Em certo momento, o APF.Charles
> observou dois barcos descendo o Rio, logo a equipe se dividiu.
> Conversando com o APF. Charles, ele disse que não conseguiu ver os
> peruanos na embarcação pelo “Sofie”, porque estavam deitados, conseguiu
> ver o piloto e o que parecia ser a droga embaixo de uma lona.
> Quando estavam chegando para a abordagem os APF. Charles e Leonardo
> disseram: “Polícia Federal”.
> Os vagabundos então focaram com a luz e já começaram atirar com fuzis
> calibre 5.56.
> O Décio disse que foi muito tiro, muito mesmo, só escutava o barulho da
> embarcação sendo furada pelos tiros; os vagabundos estavam em um “canoão”
> de madeira, sendo mais fácil o abrigo.
> O APF.Leonardo foi o primeiro a cair, com um tiro na cabeça.
> O APF.Lobo que estava pilotando a embarcação, diante do fato, começou a
> atirar com sua pistola (diga-se de passagem que o Lobo era campeão de tiro
> prático no Amazonas), em seguida sua pistola parou aberta. Então pegou o
> fuzil do Leonardo que já estava morto. No momento que ele pegou o fuzil do
> Leonardo já trocou o carregador e continuou atirando.
> O APF. .Charles já tinha sido atingido e foi para a polpa da embarcação.
> O APF.Décio estava com o Fuzil XM-15, segundo ele, em dado momento o Fuzil
> XM-15 parou de funcionar, e ele pegou a pistola e continuou atirando.
> Soube-se depois que o Fuzil XM-15 salvou a vida do APF.Décio, pois um dos
> projéteis dos traficantes acertou o fuzil, por isso ele parou de
> funcionar, ele só percebeu isso quando chegou a Manaus.
> De repente o APF.Décio percebeu que estava atirando sozinho, então parou
> de atirar e observou os colegas mortos e o APF.Charles ferido.
> Os outros três policiais federais que estavam abordando a outra
> embarcação, chegaram para auxiliar o pessoal, mas o confronto já tinha
> terminado, os APF’s ainda atiraram para saturar toda área e a embarcação,
> mas os vagabundos tinham pulado da embarcação.
> Os colegas da outra embarcação encostaram e rapidamente colocaram os
> colegas mortos e feridos para serem levados ao município de Codajás. Do
> local do confronto até Codajás são aproximadamente duas horas, e foi uma
> grande dificuldade, até porque o APF. Charles estava bastante ferido e
> dizendo palavras para serem repassadas à sua família, acreditando que
> também iria morrer. Realmente os colegas passaram uma situação de terror.
>
> Fatos a posteriori
> Vários colegas foram para o local, não existe um Plano de Gerenciamento de
> Crises. Ficou e está tudo no "Barata Voa", até o momento o Superintendente
> não pediu auxílio ao Exército. Em Manaus tem o Centro de Instrução de
> Guerra na Selva (CIGS) do Exército Brasileiro, e os militares conhecem
> muito bem a Selva. Na embarcação dos traficantes tinham 04 peruanos das
> FARCs e dois brasileiros, os peruanos estavam fortemente armados.
> Na nossa missão não existia nem dinheiro para o “rancho”; depois da merda;
> foi conseguido dinheiro pelo Diretor Geral para tudo, foi repassado nas
> comunidades locais recompensas para possíveis informações sobre os
> assassinos. Então, através de informantes conseguiu-se achar o brasileiro
> piloto do barco dos vagabundos, o qual estava na mata, próximo a uma
> comunidade. Ele disse que no momento estava com seu irmão se revezando na
> pilotagem do barco e traziam quatro peruanos armados e com cerca de 300 Kg
> de droga, e que já havia feito isso outras vezes.
> Ele disse que não sabe onde está o seu irmão que também é brasileiro e nem
> os quatro peruanos, pois na hora que iniciou o tiroteio, pulou na água.
> Disse onde ficava uma casa às margens do Rio onde os traficantes sempre
> tinham abrigo, fomos até lá e foram presos dois indivíduos que sempre
> davam abrigo aos traficantes.
> Observando o problema atual, o Superintendente está pedindo ajuda para à
> Brasília, COT, etc. Pelo conhecimento de todos, sabemos que se jogarem
> policiais que não são da região, vai acontecer um outro desastre. Além do
> que, muitos policiais novos da última turma, não tem curso de fuzil, pois
> foi retirado o treinamento com fuzil da grade horária da ANP.
> Na minha opinião, deve-se pedir auxílio ao Exército, pois eles possuem
> Batalhões, Pelotões de Guerra na
> Selva, fora o Pelotão das Forças Especiais em Manaus. Os gestores devem
> sair do salto alto e pedir auxílio às Forças Armadas, além é claro de
> serem responsabilizados pela tragédia

terça-feira, 23 de novembro de 2010

SINDPRFCE - Um sindicato de vanguarda

OFÍCIO 175/2010 de 22 de novembro de 2010

Orientações ao efetivo:

Aos Policiais Rodoviários Federais do Estado do Ceará.

- Solicitamos que os Policiais Rodoviários Federais do Estado do Ceará se abstenham de circular em viaturas com o óleo vencido, ou que não possuam todos os equipamentos obrigatórios em condições de uso, tais como extintor, pneus carecas, vidros trincados, luzes queimadas...

*Neste caso o PRF deverá comunicar sua chefia imediata por escrito, via ocorrência diversa, constar do livro do posto e da parte diária da ronda e motorista sobre os problemas a serem sanados na viatura e aguardar a resolução de tais problemas ou substituição da viatura em questão.

- Solicitamos também aos colegas policiais que o ROD sindical seja enviado para o e-mail do sindicato, para que possamos oficiar à administração sobre os problemas encontrados nos postos da PRF do Estado do Ceará. É de extrema importância que os problemas que estejam ocorrendo sejam enviados a este sindicato e comunicados ao chefe de delegacia através dos documentos pertinentes para que o policial esteja amparado em seus atos.

Enquanto estivermos resolvendo os problemas da administração, a administração não resolverá os nossos problemas.

Alexandre de Oliveira Azevedo
Diretor Jurídico do SINDPRF/CE

O SINDPRF-CE protocolou Ofício nº175/10 junto à 16ªSRPRF/CE contendo algumas reivindicações deliberadas em Assembléia Geral, dentre outros assuntos. Confira abaixo:










http://www.sindprfce.com.br/noticiassindicais.php?opt=sel&ident=1829

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Bertold Brecht: "Analfabeto Político" e "Nada é impossível de Mudar"



"O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia
a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."



"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de
hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem
sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar."

domingo, 21 de novembro de 2010

Quem não chora...


Paralisação dos servidores da Justiça Federal avança no país
Publicação: 21 de Novembro de 2010 às 00:00

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Belo Horizonte, (AE) - Servidores das justiças Federal, Eleitoral e Trabalhista de Minas Gerais prometem fazer uma paralisação de 24 horas amanhã (22). A data foi escolhida também para uma manifestação e assembleia geral em frente ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG). O objetivo é decidir se a categoria fará ou não uma greve por tempo indeterminado.

No dia 17 a categoria promoveu uma paralisação de 24 horas, mas os serviços essenciais à população foram mantidos, segundo informou a assessoria do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal em Minas Gerais.

Na Bahia, a Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA) se posicionou contra a greve que interrompe o trabalho de aproximadamente 5 mil servidores do Poder Judiciário Federal no Estado desde quarta-feira. Em nota, a entidade “conclama todos os advogados e as partes para que compareçam regularmente às audiências designadas, fazendo valer seus direitos”.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário na Bahia (Sindjufe-BA), membros da OAB tentaram constranger manifestantes da categoria tirando fotos dos grevistas que promoviam uma manifestação em frente à sede do Tribunal Regional do Trabalho. “A OAB está colocando o Judiciário contra os servidores, o que só faz recrudescer o movimento”, diz o coordenador-geral do sindicato, Rogério Fagundes. “A imagem dos servidores foi violada.”

Dos cerca de 7 mil servidores federais do Rio Grande do Sul, nem todos aderiram à greve. A maioria optou por paralisações diárias de duas horas com a realização de reuniões em busca do aumento da adesão até dia 25, quando ocorrerá um ato unificado em frente à sede da Justiça Federal em Porto Alegre. No interior do Estado, um número mínimo de funcionários mantém as atividades essenciais.

No Espírito Santo, o movimento grevista contou com a adesão de cerca de 70 funcionários do Judiciário Federal, alguns serviços foram mantidos, entre eles, o recebimento de prestação de contas de candidatos e os procedimentos de diplomação dos eleitos em 2010.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Calibre do perigo


Baseado em fatos reais

Madrugada em algum posto de Polícia Rodoviária Federal. O telefone toca. Do outro lado da linha um usuário informa acidente em determinado KM de alguma rodovia federal. O PRF comunica ao seu colega de equipe. São apenas dois homens para cuidar de cerca de 300 km de trecho. Apesar do Manual de Rotinas Operacionais e toda doutrina policial dizer que não existe policiamento de um homem só, um colega fica no posto e o outro desloca sozinho para o local do ocorrido. Situação muito comum pela atual falta de efetivo e da falta de regulamentação por parte dos gestores, do trabalho de policiais sozinhos e de equipes com dois policiais. Deve-se priorizar a segurança dos policiais ou o patrimônio da polícia e de terceiros? Em qualquer lugar do mundo, numa escala de valores, a vida e a integridade física são mais importantes que o patrimônio.
O próprio policial tem seu treinamento vinculado à existência de pelo menos um parceiro, e a orientação de não abordar sozinho é o mandamento número um de qualquer academia de polícia.
Mas o atendimento a acidentes é uma abordagem. E ocorrendo de madrugada é uma abordagem de alto risco em virtude da probabilidade muito maior de se cruzar com marginais. Pois à noite, como dizem, todo gato é pardo!
Mas a dupla supracitada toma a mesma decisão que vários PRF´s tomam todos os dias Brasil afora: a insegurança jurídica causada pela falta de regulantação do trabalho de equipes incompletas os compelem ao risco. Resultado : fica um no posto e o outro desloca sozinho para o local da ocorrência.
E a partir de agora apelaremos para a ficção:
São três horas da manhã, o PRF que chamaremos de Francisco inicia um longo deslocamento de 150 quilômetros. Afinal, acidente de madrugada no final do trecho é pleonasmo vicioso! Com giroflex ligado ele segue em seu deslocamento solitário, não sabendo ele que a 10 km dali, em sentido contrário, oito assaltantes fortemente armados deslocam em dois carros com o seu arsenal para explodir uma agência bancária da região. Quando visualizam a viatura de longe se surpreendem. O chefe da quadrilha pergunta se alguem falou besteira pelo celular, porque a polícia poderia ter grampeado e se antecipado ao furto qualificado. Eles aceleram, e os fuzis e as pistolas são apontadas para a viatura da PRF, a espera da mínima possibilidade de abordagem, para então fuzilar sua lataria e quem estiver dentro. Mas felizmente o policial rodoviário cruza os carros e passa direto, sem ter noção do risco de vida que acabara de correr. Os bandidos, aliviados, seguem viagem.
Cinquenta quilômetros depois, em local ermo, 6 bandidos estão de tocaia numa vicinal a espera de um ônibus de sacoleiros, que toda semana desloca para a cidade fictícia de Touritama, para comprar confecções. Sabendo que os passageiros estão com dinheiro, eles esperam, com um tronco de árvore já preparado para obstruir a BR, oportunidade para realizar o assalto e fazer a “limpa” no bolso dos pobres sacoleiros. Quando visualizam a viatura da PRF se aproximando, eles se assustam e firmam posição combativa defensiva, com os revolveres e escopetas voltados para a BR, a espera de que a viatura apenas diminuia a velocidade para enchê-la de balas. Pra sorte do nosso colega Francisco, ele apenas continua sua viagem, mais uma vez sem saber do risco que correu ao cruzar com o segundo grupo de marginais.
Ao chegar no local do acidente, o PRF encontra o motorista sangrando e com as mãos amarradas. Não foi acidente, a vítima relata que estava viajando quando seu carro foi colidido lateralmente por outro, e que bandidos roubaram seu carro e abandonaram o outro em seguida. Não mataram ele porque não deu tempo.
O medo toma conta do policial, que só agora se dá conta do risco que está correndo ao trabalhar sozinho. Ele olha para os lados para ver se existe mais alguém no lugar. Em um segundo momento ele se dá conta que se acontecer algo com ele, não haverá reforço. O PRF mais próximo está, sozinho, a 150 quilômetros de distância e não há sequer comunicação via rádio. Se ele for baleado, terá a certeza que sangrará até à morte no local e seu corpo esfriará até que alguém da outra equipe, no dia seguinte, desloque para lá para saber o que aconteceu. A primeira imagem que aparece em sua cabeça é a da sua família, e naquele momento ele desperta do transe. Coloca a vítima no carro, leva ela pra delegacia de polícia civil mais próxima, e pede aos policiais do local para guinchar o outro veículo, provavelmente também roubado, para ser levado para a polícia judiciária.
O deslocamento de volta pro posto parece ser mais longo que o da ida. O PRF Francisco, pai atencioso, esposo exemplar, bom policial, se dá conta de sua fragilidade humana, e de como a falta de efetivo tornou seu trabalho mais perigoso e, principalmente, de como um colega de ronda faz falta nessas horas. Sente-se abandonado pelos colegas gestores, que apesar de usarem a mesma farda que ele, tratam sua situação com o desdém de quem não corre risco algum, e de quem é incapaz de se solidarizar com o próximo.
Francisco tenta contato via rádio com José, colega que ficou no posto. Não consegue, motivo este que aumenta sua preocupação. Quando chega no posto encontra José no chão, com as duas mãos sobre o peito, olhos abertos e sem nenhum sinal vital. José, faltando apenas 2 anos para se aposentar, teve um ataque cardíaco. Ao cair no chão não conseguiu levantar mais. Tentou alcançar o rádio para pedir socorro, em vão. No seu desespero silencioso e solitário viu lentamente sua vida se esvair do chão sem ninguém para socorrê-lo.
Neste conto o que parece ser ficção na verdade é uma realidade diária, que na grande maioria das vezes passa desapercebida pela quase totalidade dos Policiais Rodoviários Federais. É a prova concreta da nossa incapacidade enquanto categoria de nos solidarizarmos com os nossos próprios irmãos de farda, e de quanto Deus é grande e poderoso ao evitar através pequenos detalhes que esta tragédia anunciada se concretize.
Mas a pergunta que fica é: até quando?


PRF Filipe
14a. SPRFPB 3a. Del.

E olhe que os risco que eles correm é bem menor do que o nosso...

Fenapef vai responsabiliar direção geral por morte de policiais no Amazonas

Corpos dos policiais chegam a Manaus

A Federação Nacional dos Policiais Federais vai responsabilizar a direção geral do DPF pela morte dos dois policiais na madrugada desta quarta-feira, 17, no Amazonas. Há mais de dois anos a Federação denuncia as condições precárias a que são submetidos os policiais lotados na Amazônia, mas até hoje o diretor-geral não respondeu aos apelos da entidade. A Federação vai encaminhar denúncia ao Ministério Público.

Comissão

Em 26 de abril de 2008 o diretor de Relações de Trabalho da Federação Nacional dos Policiais Federais, Francisco Carlos Sabino, encaminhou o ofício 069/2008 onde denunciava as péssimas condições de trabalho dos policiais federais, a precariedade das bases nos rios da Amazônia e o abandono dos policiais à própria sorte. No ofício Sabino alertava a direção para os problemas enfrentados pelos policiais. Em outra oportunidade o diretor denunciou a falta de efetivo, de embarcações adequadas ao combate ao tráfico, falta de gasolina para viaturas e barcos, falta de armamentos para enfrentar o crime e coletes balísticos.

As denúncias encaminhadas ao diretor-geral da Polícia Federal e mais de uma dezena de matérias publicadas no site da Fenapef sobre a situação dos policiais federais na região provocaram uma audiência pública na Comissão da Amazônia na Câmara dos Deputados para debater a situação.

No encontro realizado no dia 27 de outubro, Francisco Sabino apresentou um vídeo mostrando as precárias condições de trabalho na região amazônica. “Há duas polícias federais: uma com veículos e equipamentos modernos no Sul e Sudeste, e outra com situação precária”, criticou o diretor na época. Em cinco minutos, o vídeo mostrou imagens de uma Polícia Federal bem diferente da que ocupa espaço nos telejornais. Imagens de sucateamento e falta de estrutura, principalmente nas bases da PF e postos de fronteira, foram acompanhadas de um dossiê entregue pela Fenapef aos deputados da Comissão.

Na mesma audiência pública o então secretário-executivo do Ministério da Justiça e hoje ministro, Luiz Paulo Barreto, criticou o vídeo. Segundo ele, as imagens mostradas não corresponderiam à realidade. “Essa imagens poderiam refutadas com um outro vídeo que “deixaria o FBI [polícia federal americana] com inveja”, disse.

Mais uma vez nada foi feito.

É por essas e outras que coloco a morte de nossos dois colegas na conta do diretor-geral que até hoje não tomou providências para oferecer melhores condições de trabalho aos policias”, diz Sabino. O diretor ressalta que a Federação está fazendo a juntada da documentação sobre a situação enfrentada pelos federais na Amazônia e encaminhará tudo ao Ministério Público para providências.

Fonte: FENAPEF

Agentes da PF são assaltados em Porto Alegre - 18/11/2010

Dois agentes da Polícia Federal (PF) foram assaltados, na manhã desta quinta-feira, no bairro Itu Sabará, em Porto Alegre. Uma dupla rendeu as vítimas, roubou a viatura discreta em que elas estavam e levou uma pistola 9 mm. O carro, um Astra, foi abandonado logo depois no mesmo bairro. “Foi dado o alerta por todas as redes e, felizmente, encontramos a viatura cerca de cinco minutos depois”, disse o capitão do 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM) Arnaldo Corrales.



Já a arma não foi encontrada. Os policiais eram de Bagé e estavam na Capital realizando investigações. A Brigada Militar foi acionada e a PF ficará responsável pelo caso.

Corrales informou que além da pistola, os assaltantes roubaram também a carteira funcional de um dos policiais. Ele suspeita que, antes do crime, os bandidos não sabiam que as vítimas eram agentes da PF.

Fonte: Correio do Povo

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

URGENTE: SAI MANDADO DE PRISÃO DOS BANDIDOS QUE ATIRARAM NO PRF CARVALHO PELAS COSTAS





Vídeo do colega baleado no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=1ssksuaoOUI

Polícias estaduais se unem e pressionam Governo Federal

POLICIAIS PLANEJAM GREVE NO INÍCIO DO GOVERNO DILMA

Durante reunião dos líderes da base aliada no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira, o líder do PDT na Câmara dos Deputados, Paulinho da Força, afirmou que policiais planejam uma greve nacional no início do governo da presidente eleita Dilma Rousseff (PT). A paralisação seria uma resposta ao fato do governo protelar a votação da chamada PEC 300, que institui o piso salarial de policiais e bombeiros. A equipe econômica do governo já deixou claro que não aceitará projetos que impliquem em aumento de gastos.

"Nós precisamos encontrar uma solução para a PEC 300, não é simplesmente enrolar o pessoal, que acho que não dá mais para enrolar. Eles estão organizando uma paralisação logo no início do governo Dilma, nacional, e não vai ser pequena. E uma greve da polícia a nível nacional não é fácil", disse Paulinho. A reunião do conselho político, que geralmente acontece a portas fechadas, teve o áudio liberado durante 30 minutos no comitê de imprensa do Palácio do Planalto.

O deputado federal também reclamou sobre o valor do salário mínimo e rechaçou a idéia de que um mínimo alto quebraria as prefeituras. "Essa discussão de salário mínimo ela não é nova. Então eu acho que tudo bem, nós vamos chegar num acordo. Essa discussão tem que continuar, mas não pode ser tão pouquinho assim. Nós precisamos fazer uma discussão séria sobre o salário mínimo. Podemos até trabalhar com a idéia de divulgar os dos dois índices, de agora e de 2012", afirmou.

FONTE: Portal Terra

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Não acontecia até acontecer... (Parte 2)

Policiais Federais são mortos em confronto com bandidos

MANAUS - Dois agentes da Polícia Federal do Amazonas morreram, e um ficou gravemente ferido durante troca de tiros com traficantes durante a Operação da PF. O confronto ocorreu na madrugada desta quarta-feira, no Rio Solimões, no município de Anori, a 200 km de Manaus. Os policiais federais Leonardo Matzunaga Yamaguti, lotado em Tabatinga, e Mauro Lobo, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), lotado em Manaus, morreram no local do confronto.

O policial Charles Nascimento também ficou ferido com um tiro na perna e outro no braço. Segundo informações da Federação Nacional dos Policiais Federais (FENPEF), homens armados estavam em outra embarcação dando cobertura aos traficantes e abriram fogo contra os policiais. A Federação também informou em nota divulgada na manhã de hoje que os barcos à disposição dos policiais federais para combate ao tráfico nos rios do estado são "inapropriados".

De acordo com assessoria da PF no Amazonas, os agentes participavam de uma operação de combate ao tráfico de entorpecentes. Os policiais identificaram uma embarcação suspeita de transportar cocaína e por volta das 3h tentaram abordar a embarcação. Durante a aproximação, os policiais foram recebidos a tiros. O agente federal ferido está internado em estado grave em uma unidade hospitalar em Codajás.

A Polícia Militar (PM), em Manaus, informou que a PF pediu apoio para conter os traficantes e um grupo de policiais do batalhão Raio que estava em Manacapuru foi deslocado para o local. A PM confirmou ainda que o helicóptero do Grupamento Aéreo (Graer) também foi enviado ao município.

O Superintendente da PF no Amazonas, delegado Sérgio Fontes e o titular da DRE, Leandro Almada, estiveram no município na manhã desta quarta para acompanhar o caso e devem chegar a capital nas próximas horas.

MANAUS - Dois agentes da Polícia Federal do Amazonas morreram, e um ficou gravemente ferido durante troca de tiros com traficantes durante a Operação da PF. O confronto ocorreu na madrugada desta quarta-feira, no Rio Solimões, no município de Anori, a 200 km de Manaus. Os policiais federais Leonardo Matzunaga Yamaguti, lotado em Tabatinga, e Mauro Lobo, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), lotado em Manaus, morreram no local do confronto.

O policial Charles Nascimento também ficou ferido com um tiro na perna e outro no braço. Segundo informações da Federação Nacional dos Policiais Federais (FENPEF), homens armados estavam em outra embarcação dando cobertura aos traficantes e abriram fogo contra os policiais. A Federação também informou em nota divulgada na manhã de hoje que os barcos à disposição dos policiais federais para combate ao tráfico nos rios do estado são "inapropriados".

De acordo com assessoria da PF no Amazonas, os agentes participavam de uma operação de combate ao tráfico de entorpecentes. Os policiais identificaram uma embarcação suspeita de transportar cocaína e por volta das 3h tentaram abordar a embarcação. Durante a aproximação, os policiais foram recebidos a tiros. O agente federal ferido está internado em estado grave em uma unidade hospitalar em Codajás.

A Polícia Militar (PM), em Manaus, informou que a PF pediu apoio para conter os traficantes e um grupo de policiais do batalhão Raio que estava em Manacapuru foi deslocado para o local. A PM confirmou ainda que o helicóptero do Grupamento Aéreo (Graer) também foi enviado ao município.

O Superintendente da PF no Amazonas, delegado Sérgio Fontes e o titular da DRE, Leandro Almada, estiveram no município na manhã desta quarta para acompanhar o caso e devem chegar a capital nas próximas horas.
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terça-feira, 16 de novembro de 2010

ARTIGO: Como acabar com um policial!


Quando entramos na PRF, por mais céticos que sejamos com relação ao serviço público, temos esperança de fazer algo de melhor para a sociedade. O clima do curso de formação, da formatura, a lotação inicial... as primeiras abordagens; tudo é mágico, novo, desconhecido. A vontade que temos de crescer, de fazer o que é certo, de lutar pela polícia e pela sociedade é enorme. Depois participamos de alguns cursos operacionais, alguns pagam do próprio bolso, bem como a compra de alguns materiais indispensáveis para o serviço. Alguns são mais entusiasmados e participam de cursos em outras forças onde são levados ao extremo. Passamos frio, fome, sono, sede, estresse físico e psicológico, para trazer o que há de melhor em outras forças para a nossa PRF. Muitos aqui se especializam em várias áreas como identificação veicular, fiscalização de peso, de produtos perigosos, em crimes ambientais; muitas vezes sabendo até mais sobre essas matérias do que alguns servidores dos órgãos específicos desta área. Passamos as madrugadas atrás de bandidos e nos motivamos com o simples fato de recuperarmos um veículo roubado ou prender um traficante.

O tempo começa a passar e vemos que não deveríamos comprar alguns materiais básicos e baratos que deveriam ser fornecidos pelo Departamento. Começamos a ver que talvez certos tipos de fiscalização parecem incomodar, mesmo que estejamos ali para aquele tipo de fiscalização também. Vamos tomando conhecimento que um ou outro colega que não é tão diligente no serviço tem algumas regalias que nunca tivemos. Alguns tem a experiência de não receber o mínimo apoio ao agir corretamente contra algum usuário que se julgue acima da lei. Começamos a ver que o salário não é tudo no trabalho policial, pois alguns estão aqui para algo mais do que unicamente receber seu salário no fim do mês. Alguns tem ideais e querem ver o fruto do seu trabalho. Queríamos que o traficante que foi preso, continuasse preso e fosse julgado. Gostaríamos de não sermos vistos com desconfiança por outros órgãos como Ministério Público e Judiciário. Não obstante os obstáculos externos, ainda enfrentamos os problemas internos. Necessitamos do apoio da nossa chefia para melhor desenvolvermos nosso trabalho. Porém, em algum momento essa nossa vontade toda vai se esvaindo, vai enfraquecendo, vai sumindo...

Alguns teimosos ainda insistem em lutar, porém a maioria é vencida pelo que há de pior no serviço público e são tomados pela apatia. Onde é que se desliga essa máquina de moer bons policiais? É necessário ouvir o grito desesperado de quem está aqui para fazer uma polícia forte. Se queremos construir ou consolidar a PRF como órgão forte de segurança pública, assim como quem nos dirige, por que divergimos tanto? Por que não valorizar o bom policial? O administrador que não sabe ouvir uma crítica à sua administração e leva tudo para o lado pessoal, precisa entender que é sobre a crítica que pode crescer pois ela aponta pontos fracos que deveriam ser melhorados, ou talvez analisados de forma diferente. Nas teorias de administração modernas, o "feedback" tão ansiado pelos administradores é justamente aquele que aponta falhas em sua administração, pois ao analisar tais críticas e corrigir seus pontos fracos, estes administradores dão um passo para melhorarem sua administração. Porém no serviço público, com sua administração arcaica, a crítica é tomada como uma ofensa pessoal e o crítico como inimigo declarado. Dizer que tal situação administrativa é absurda, é tomada como uma ofensa à moral da genitora dos administradores.

Essa falta de tato ao lidar com estas questões demonstram claramente o despreparo de grande parte de nossas chefias e aí começa um ciclo vicioso que parece não ter mais fim. Ao ser criticado por policiais produtivos, que querem ver essa polícia forte e querem trabalhar pela mesma, e são estes geralmente os mais críticos, os administradores, ao invés de saber lidar com essas críticas, tentar resolver o problema, criar um clima favorável ao trabalho, recebem essas críticas como se pessoais fossem e começam a tirar as oportunidades daqueles policiais que produzem. É como se o diretor de uma fábrica inviabilizasse a produtividade de um operário pelo mesmo emitir críticas que se fossem analisadas e sanadas, poderiam aumentar em muito a produtividade da fábrica toda. Policiais cortados de operações, de cursos, sendo mal avaliados nas injustas progressões são alguns dos muitos fatores que desgastam o verdadeiro policial.

Aqui convém fazer uma ressalva, pois tudo isto só tem fundamento se ambos, a administração e os críticos, tiverem os mesmos objetivos que é o de fazer a PRF crescer. Se quem critica só o faz com o intuito de desestabilizar a administração ou se quem administra não tem o mínimo interesse de trabalhar para o crescimento da PRF, tudo o que foi falado aqui de nada vale. Porém, se a administração quer ver a produtividade de seus policiais aumentar, não é com perseguições e ameaças que fará isso acontecer. Vivemos uma época onde o desânimo com o serviço contagia até os mais operacionais, que sempre vestiram a camisa da PRF, que não fazem questão de migalhas em prol de algo maior. Porém quando o clima encontrado é de perseguição, de desconfiança, de humilhação, de assédio moral, não há nada mais que se esperar do efetivo do que a total apatia.

Não adianta tentar mascarar os números pífios da produtividade com comandos de radar móvel, pois o radar não prende ninguém, não apreende drogas e nem veículos clonados, pelo contrário, os multa, o que demonstra mais ainda a fragilidade operacional dessa polícia.

Está na hora de uma ruptura de paradigmas, que, para quem não sabe o que é, é a mudança de postura, de visão... é colocar o pé no freio e tentar atingir os objetivos da polícia por outros métodos que ainda não foram usados, porém diferentes do que tem sido. O efetivo não é bobo e pode ter uma grande parte inconformada que fica calada, porém tem sempre alguns que não aguentam calados e buscarão amparo judicial para as situações que julgam ser ilegais, só que depois que tais casos forem parar na justiça, não haverá mais espaço para nenhum tipo de conciliação ou retratação, pois quem bate esquece, mas quem apanha nunca esquece.


Alexandre de Oliveira Azevedo
Diretor Jurídico do SINDPRF/CE

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

São sempre os mesmos...



A grande missão do SINIPRF-BRASIL: desunir, deturpar e enganar


Ao contrário do que divulga o SINIPRF-BRASIL, que reporta a si como uma das entidades idealizadoras da PEC 34/2009, que trata da retribuição pecuniária, vimos trazer ao conhecimento da categoria que a informação divulgada por aquela anomalia sindical é improcedente.

No âmbito da Polícia Rodoviária Federal foram: o SINPRF/DF, na pessoa de seu Presidente, o PRF Jose Nivaldino Rodrigues e, a Casa do Inspetor, por intermédio de seu Representante o PRF Ademur Antônio Junior, as duas únicas entidades da categoria que assinaram a proposta original e inicial da PEC 34/2009, encaminhada ao Senador Romeu Tuma.

O fato é que não tendo iniciativas próprias, o SINIPRF-BRASIL tenta apropriar-se das iniciativas alheias e tomar para si suas autorias, a exemplo do PL 87/2010 sobre a antecipação salarial; da LC 51 que tramitou no TCU e STF; dentre outras.

Desse modo, o SINIPRF-BRASIL mostra a que veio: desunir, deturpar e enganar a categoria.

A referida PEC data de 7 de julho de 2009, e a anomalia sindical somente recebeu a "autorização" do MTE para existir em Abril/2010.

O quadro abaixo mostra os dados e a situação atual da PEC.
PEC - PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO, Nº 34 de 2009
Autor: SENADOR - Romeu Tuma
Ementa: Altera o § 9º do art. 144 da Constituição Federal, e dá outras providências. (remuneração de servidores policiais).
Data de apresentação: 07/07/2009
Situação atual: Local: 24/03/2010 - SUBSEC. COORDENAÇÃO LEGISLATIVA DO SENADO
Situação: 24/03/2010 - AGUARDANDO INCLUSÃO ORDEM DO DIA
Fonte: Senado Federal (Clique aqui para inteirar-se da tramitação da PEC)

Atenciosamente,

Diretoria do SINPRF/DF

sábado, 13 de novembro de 2010

Ação dos aprovados no concurso da PRF

CONCURSO PRF 2009 - ACORDO JUDICIAL, A MELHOR SAÍDA EM PROL DO INTERESSE PÚBLICO

Há mais de um ano os aprovados no concurso da Polícia Rodoviária Federal esperam, ansiosos, a continuação do certame. Nesse tempo, os sonhos ficam retidos, a esperança desfalece-se, a confiança não é mais a mesma, as vidas ficam paralisadas e todos acabam por suportar um ônus incompatível com a vitória de uma aprovação merecida, alcançada depois de anos de estudos detidos, de uma dedicação diária que somam centenas, ate milhares de horas, em um esforlo quase que sobre-humano. Esses, que dentre eles muitos deixaram seus empregos, seus lazeres em busca da aprovação, são, em verdade, as grandes vítimas de uma batalha judicial sem dia para se findar, entre a organizadora e a Polícia Rodoviária Federal.


Nesse sentido, tendo em vista a enormidade de recursos possíveis e a morosidade da Justiça, é que esses aprovados, somando-se a cidadãos que também torcem para uma solução célere, juntam-se para assinar essa solicitação para suplicar às autoridades competentes a mais rápida solução para o caso. Que seja esta solução um acordo entre as partes, a melhor saída por nós visualizada, privilegiando, com efeito, o interesse público primário, em detrimento de interesses secundários ligados a contratos administrativos, com o objetivo de ver, o mais rápido possível, os novos policiais nas rodovias federais.


http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N3804

Por favor divulgar este email para amigos, familiares e aprovados no concurso.

Um grande abraço,

Erick Varela

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

SINIPRF NÃO CONTRAMÃO DA HISTÓRIA

CARREIRA ÚNICA NA PMMG: instrumento de fortalecimento e valorização da profissão


Culturalmente, os integrantes da chamada “classe média”, sempre resistiram em ingressarem nas fileiras da PMMG, para “serem soldados”.

Parte desta resistência, ao nosso cuidar, decorre de certo preconceito em relação ao trabalho policial, vez que ao soldado, a Corporação atribui funções de execução das atividades de Polícia Ostensiva, enquanto para os Oficiais reservam-se as funções de Comando.

Noutra vertente, o ingresso direto no Oficialato, permite que o civil, faça uma carreira, em sua grande parte, nas atividades burocráticas, sem uma maior exposição nas atividades operacionais. Isto também é considerado um atrativo.

No entanto, após a greve de 97, e diante da crescente demanda da sociedade por Segurança Pública, os Soldados passaram a perceber uma remuneração um pouco melhor, situação que passou a atrair para os Cursos Técnicos de Segurança Pública, civis possuidores de ensino de nível superior.

Surgiu então, a grande oportunidade para acabar com duas carreiras na Polícia Militar, através da vedação do ingresso de civis direto no Oficialato, e, implantação da exigência de nível superior na profissão, como uma forma de atingir a valorização da profissão, para todos.

Este processo poderia ser realizado através de um período de transição, conforme foi aprovado recentemente pela Assembléia Legislativa, em relação à exigência de nível superior de escolaridade para o CTSP.

Convém ressaltar que a carreira única não prejudica quem já está na PMMG, quer seja como Oficial ou praça.

No entanto, é certo que haveria a necessidade de uma reestruturação. A guisa de sugestão, inicialmente, propomos a extinção da graduação de Soldado de 2ª classe, pois ao nosso sentir, esta expressão parece-nos bastante pejorativa, e inadequada, para acolher um civil que consegue aprovação em um concurso para ingresso na Corporação.

Assim, o civil faria concurso para Soldado. Após um ano de curso e dois de estágio, com aproveitamento, seria considerado aprovado e estável na carreira, sendo então, promovido a graduação inicial da profissão, no caso, de Cabo PM.

Adquirida a estabilidade, e após a promoção, poderia concorrer a graduação de Sargento, e, posteriormente, ao Oficialato, através de sistemas de antiguidade e merecimento.

Nesta toada, ao chegar ao nível gerencial, o militar teria experiência mínima de três anos na execução do trabalho policial, e também nas funções de Sargento. Outra vantagem é que já estaria mais maduro, pois teria no mínimo, trinta anos, quando atingisse o Oficialato.

Ademais, seria sepultada definitivamente a segregação histórica entre Oficiais e praças, que atualmente já foi bastante mitigada, mas ainda não erradicada, de forma a criar condições efetivas para o fortalecimento da profissão como um todo.

Esta é a reforma que precisa ser empreitada. Chega de remendos. E, para conseguir atingir este objetivo, é preciso que os policiais da base comecem a exigir dos candidatos aos cargos executivos e legislativos, bem como dos dirigentes das entidades de classe um compromisso efetivo com a implantação da carreira única.

Se através da mobilização, já foi possível extinguir a pena privativa de liberdade, melhorar o padrão remuneratório, conquistar promoção para cabos e Soldados, por que continuar postergando a implantação da carreira única na profissão? Esta é a pergunta que não quer calar.

Domingos Sávio de Mendonça – OAB/MG 11515

Assessor Jurídico da Ascobom

Indicado por: Georgio
Fonte:
http://bizudepraca.blogspot.com/2010/08/carreira-unica-na-pmmg-instrumento-de.html