Fenapef vai responsabiliar direção geral por morte de policiais no Amazonas
Corpos dos policiais chegam a Manaus
A Federação Nacional dos Policiais Federais vai responsabilizar a direção geral do DPF pela morte dos dois policiais na madrugada desta quarta-feira, 17, no Amazonas. Há mais de dois anos a Federação denuncia as condições precárias a que são submetidos os policiais lotados na Amazônia, mas até hoje o diretor-geral não respondeu aos apelos da entidade. A Federação vai encaminhar denúncia ao Ministério Público.
Comissão
Em 26 de abril de 2008 o diretor de Relações de Trabalho da Federação Nacional dos Policiais Federais, Francisco Carlos Sabino, encaminhou o ofício 069/2008 onde denunciava as péssimas condições de trabalho dos policiais federais, a precariedade das bases nos rios da Amazônia e o abandono dos policiais à própria sorte. No ofício Sabino alertava a direção para os problemas enfrentados pelos policiais. Em outra oportunidade o diretor denunciou a falta de efetivo, de embarcações adequadas ao combate ao tráfico, falta de gasolina para viaturas e barcos, falta de armamentos para enfrentar o crime e coletes balísticos.
As denúncias encaminhadas ao diretor-geral da Polícia Federal e mais de uma dezena de matérias publicadas no site da Fenapef sobre a situação dos policiais federais na região provocaram uma audiência pública na Comissão da Amazônia na Câmara dos Deputados para debater a situação.
No encontro realizado no dia 27 de outubro, Francisco Sabino apresentou um vídeo mostrando as precárias condições de trabalho na região amazônica. “Há duas polícias federais: uma com veículos e equipamentos modernos no Sul e Sudeste, e outra com situação precária”, criticou o diretor na época. Em cinco minutos, o vídeo mostrou imagens de uma Polícia Federal bem diferente da que ocupa espaço nos telejornais. Imagens de sucateamento e falta de estrutura, principalmente nas bases da PF e postos de fronteira, foram acompanhadas de um dossiê entregue pela Fenapef aos deputados da Comissão.
Na mesma audiência pública o então secretário-executivo do Ministério da Justiça e hoje ministro, Luiz Paulo Barreto, criticou o vídeo. Segundo ele, as imagens mostradas não corresponderiam à realidade. “Essa imagens poderiam refutadas com um outro vídeo que “deixaria o FBI [polícia federal americana] com inveja”, disse.
Mais uma vez nada foi feito.
“É por essas e outras que coloco a morte de nossos dois colegas na conta do diretor-geral que até hoje não tomou providências para oferecer melhores condições de trabalho aos policias”, diz Sabino. O diretor ressalta que a Federação está fazendo a juntada da documentação sobre a situação enfrentada pelos federais na Amazônia e encaminhará tudo ao Ministério Público para providências.
Fonte: FENAPEF
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