sábado, 16 de outubro de 2010

CTNE entregue às baratas!


À COORDENAÇÃO GERAL DO CURSO DE CENTRO DE COMANDO E CONTROLE/DPRF



Necessário se faz, inicialmente, engrandecer a iniciativa do DPRF/MJ,
por meio da Coordenação Geral de Operações e Coordenação de Ensino ao
nos propiciar tão importante e almejado treinamento a membros das
CIOPs de todo o País, intencionando construir uma doutrina de Centro
de Comando e Controle para o DPRF.
Nesse contexto, vale salientar as excelentes instruções já
ministradas e o empenho da coordenação do curso em nos propiciar o
melhor ensino.
Nós instruendos, sabedores das dificuldades orçamentárias sempre
vividas pela administração pública, reafirmamos o comprometimento com
o objetivo do curso e desprendimento para enfrentar as adversidades,
sempre no intuito de crescimento pessoal e o mais importante, o
institucional.
Sabemos que membros da Coordenação despenderam recursos próprios para
prover uma melhor estrutura para o curso e comodidade para os
instruendos, o que é louvável.
Entrementes, senhor Coordenador, mesmo dispostos a colaborar, nos
deparamos com situações adversas que comprometem nosso bem estar,
influenciam no bom relacionamento interpessoal e diminuem a capacidade
de cognição. Senão vejamos:

Fomos informados da participação no aludido curso com sede na 16ª
SPRF/CE (Fortaleza) e advertidos de que receberíamos metade das
diárias devidas já que o DPRF forneceria a hospedagem.
Ocorre que foi solicitado a todos os convocados que trouxessem roupas
de banho e de cama. Para a grande maioria um único conjunto já que não
seria possível acomodar mais peças juntamente com outras roupas e
uniformes. Veja, um único conjunto para 15 dias (toalhas, lençóis).
Chegando a Fortaleza fomos muito bem recebidos pelos colegas e
alocados no Centro de Treinamento do Nordeste. Assim, cerca de 57
policiais foram depositados em três grandes quartos, em beliches, sem
espaço entre eles, com colchões velhos. Logo verificou-se que os dois
banheiros disponíveis estavam em péssimas condições de uso, muito
sujos, torneiras quebradas, porta dos reservados com trincos
quebrados, bacias, assentos e tampas sujas, inclusive com fezes,
entupidos e quebrados. Nos quartos não há local adequado para acomodar
as roupas, armários sujos, minúsculos e quebrados.
Percebeu-se então que o local não detêm as mínimas condições de
receber pessoas para participar de um curso de tamanha importância. Na
verdade, não sendo um curso onde se pretenda testar o nível de
estresse dos alunos, a estrutura não está habilitada a receber
policiais rodoviários federais.
Com o passar dos dias verificamos insuportável utilizar os banhos
sujos quebrados com vasos entupidos e com fezes.
A “hospedagem” disponibilizada não oferece qualquer tipo de
alimentação; esta é adquirida por cada instruendo de fornecedor local
é de qualidade duvidosa e nutricionalmente inadequada nas instalações
do CTNE. Ocorre que não há opção próxima viável. Quanto ao jantar, ele
não é fornecido ficando por conta de cada instruendo atravessar uma
rodovia perigosa sob risco de vida, para acessar locais distantes e
com deslocamento inseguro por conta da ação de criminosos.
Com efeito, fica demonstrado que as acomodações disponibilizadas não
se tratam de hospedagem que em módico conceito compreenderia um quarto
minimamente adequado, ainda que coletivo, banheiros limpo e roupas de
cama e banho limpas.
A falta de trincos na maioria das portas dos reservados impossibilita
ou torna extremamente desagradável a satisfação de uma necessidade
fisiológica básica, isso sem falar nas fezes sempre presentes tendo em
vista a falta de infra-estrutura dos banheiros. A falta de água
recorrente gera um grande transtorno.
O alojamento feminino, originalmente alojamento dos instrutores que
preferiram não usa-las, também está em condições ruins, funcionando
apenas um dos chuveiros, sem água quente (como todo os outros) com
colchões velhos, etc.
Muitos policiais (instruendos) deixaram o centro de treinamento para
se hospedarem em hotéis da região, às suas próprias custas, inclusive
arcando com o pagamento de táxi.
As más condições da estada disponibilizada contrastam com a proposta
de valorização dos agentes das CIOPs que no momento se sentem
humilhados, além do que as a falta de higiene e limpeza,
particularmente colocam em risco a integridade física dos
participantes do curso expostos à dermatites e infecções urinárias,
etc.
Destarte, com o único intuito de harmonizar os interesses,
contribuindo com o processo de cognição sugerimos que não sejam
“hospedados” novos instruendos no centro enquanto perdurarem tal
situação, os atuais usuários sejam removidos para hotéis da região e
recebam diárias integrais, medida que não encontra óbice em nenhum
preceito legal, pelo contrário, conformaria a situação apresentada ao
que se espera da administração pública federal frente a seus
qualificados servidores.

Em anexo seguem fotos ilustrativas que se são indelicadas, pelo menos
não tem cheiro.

Fortaleza/CE 01 de outubro de 2010.

Abaixo assinam os instruendos.

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