Com sedutoras promessas de aumentos astronômicos e exclusividade de poder nas mãos dos Inspetores, o grupo político que domina a PRF arquiteta o fim do cargo único, promovendo um racha irreparável na categoria que poderá comprometer seriamente o futuro da Polícia Rodoviária Federal.
Não importa o que se fale, tampouco o que se prometa. O SINIPRF mais do que uma aberração jurídico-sindical representa apenas mais uma engrenagem do projeto que visa dar continuidade, por tempo indeterminado, ao modelo e mentalidade de gestão do grupo que domina o DPRF há quase uma década. Busca-se em último nível, a manutenção do status quo, ou seja, a permanência no poder a qualquer custo.
Para tanto um plano foi cuidadosamente orquestrado. Primeiramente juntou-se força política para pressionar o MTE. Tão certo como dois mais dois são quatro, era preciso pesada interferência política para aprovar algo tão flagrantemente inconstitucional. E isso foi foi feito de forma maestral, contando, é claro, com a apatia de parte considerável do sistema sindical oficial, que cometeu o mais básico erro de estratégia: subestimar a força do adversário.
Juntamente com o apoio político, buscou-se recrutar inicialmente os colegas mais desinformados. Os aposentados, por serem os mais vulneráveis, foram as primeiras vítimas. Promessas de salários astronômicos foram feitas com intuito de seduzi-los. Junto a isso foram propagadas idéias segregacionistas que dariam inveja ao apartheid sul-africano. Se auto-proclamando os donos da PRF, eles decidiram que os Inspetores deveriam ter o monopólio vitalício do poder e que o resto, leiam-se Agentes, estariam condenados à eterna submissão.
Para viabilizar a subserviência dos prejudicados agentes operacionais, que hoje são metade do efetivo da polícia e responsáveis pela maior parte da produção operacional, os Inspetores do SINIPRF contam com a miopia e a prostituição barata da parcela dos “novatos” que se vendem barato por progressões, pequenos privilégios, cargos e diárias. Ao serem imediatistas e individualistas estes colegas não se importam com o sérios prejuízos que se avizinham como, por exemplo, a pirâmide e a destruição do nosso maior patrimônio: o cargo único.
Triste também é perceber que muitos colegas, que já são ou estão em vias de se tornar etmologicamente “inspetores”, passaram a tomar uma postura ambígua. Criticam de um lado, mas do outro esperam as benesses que porventura o SINIPRF poderá trazer. Não percebem que existirão Inspetores e inspetores, e que aqueles jamais dividirão poder como estes. Como todo massa de manobra, serão descartados assim que o verdadeiro objetivo for atingido.
O desânimo é generalizado. A cada dia sentimos menos prazer de colocar a farda cáqui. Muitos já jogaram a toalha e estudam para outros concursos. Hoje, cada vez mais, a verdadeira alma da Polícia Rodoviária Federal se esvai, desaparecendo a cada dia a vontade de fazer a diferença. A política segregacionista está levando a PRF ao abismo. Quem produzirá as multas, prisões e apreensões no lugar dos desanimados, desestimudados, oprimidos homens da atividade-fim? De que adianta se comportar com a irracionalidade de vírus vorazes, que destroem o corpo do próprio hospedeiro, se a morte deste provocará a consequente a morte de todos os algozes?
Mas nem tudo são trevas. Mesmo com incapacidade de muitos de se solidarizar com o prejuízo alheio. Mesmo que muitos esqueçam que são colegas, e se comportem como patrões opressores e empregados submissos, há ainda aqueles que acreditam no futuro. E estes estão se unindo para que seja criada uma nova via, que não seja o nebuloso e autofágico caminho traçado pelos homens do SINIPRF.
GRUPO NACIONAL DE LUTA PELA PRF
grupolutaprf@yahoo.com.br
domingo, 1 de agosto de 2010
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