quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Prisioneiros de uma guerra particular
Prisioneiros de uma guerra particular
O discurso destrutivo de um provável futuro presidente da república me fez pensar no momento que estamos passando. O candidato, mais uma vez, falou em estadualizar as BR´s e desalojar a PRF para algum lugar não definido, o que ameaça seriamente a nossa sobrevivência institucional.
Mas, por incrível que pareça, este cidadão não é o nosso maior inimigo. Tampouco seu partido, que representa um péssimo projeto de governo para o Brasil. Hoje, o maior inimigo dos policiais rodoviários federais são eles mesmos. Neste momento, várias categorias estão unidas buscando melhorias junto ao Governo Federal. As próprias polícias militares, órgãos estaduais de segurança pública, aparecem integradas e fortalecidas em suas buscas por aprovação das suas PEC´s.
Na PRF, entretanto, temos o SINIPRF preocupado em tomar à força o que lhe foi retirado nas urnas. Todo o esforço sindical que deveria estar sendo mobilizado para fortalecer a nossa instituição está sendo utilizado de um lado para manter vivo o sindicato inconstitucional, e do outro, para demonstrar que ele, por sua inconstitucionalidade patente, não pode prosperar.
Enquanto o bonde passa, estamos brigando entre nós mesmos. O governo acha ótimo porque sabe que a negociação, se houver, será facilitada pela fraqueza e fragilidade da tropa dividida. Ao se fomentar o separatismo institucional na PRF, criando facções ou grupos e jogando-os uns contra os outros, o governo pratica a antiga tática de guerra romana do "Dividir para Conquistar", com a qual o império romano conquistou vastos territórios em toda a Europa, Ásia e África. Sun Tzu, na milenar A Arte da Guerra, também instruía quanto ao melhor uso dessa tática:
- Seduza com promessas de poder os altos dignatários da nação-alvo.
- Fomente divisões internas e antagonismos adormecidos. Se esses não existirem, crie-os.
- Porte-se como amigo dos oprimidos e os utilize-os contra as forças de defesa da nação.
- Distribua riquezas, benesses e prometa apoio ilimitado.
- Após a conquista do território, imponha a sua nação, escravize os derrotados e elimine os colaboradores, pois o homem que trai sua própria nação, o trairá também.
O grande general Chinês já antecipa o resultado dessa segregação. O governo não negociará nem atenderá o pleito dos Inspetores porque sabe que quem detém o poder de coerção/pressão numa eventual greve são os agentes, que são ampla maioria na atividade-fim. Sabe também que estes não se solidarizarão com os pleitos segregacionistas daqueles. O mesmo governo não temerá os agentes porque sabe que considerável parte do sistema sindical oficial não goza de credilidade perante a tropa, e que ninguem combate ao lado de quem não confia. Como não existe negociação propriamente dita sem meios de coerção, estaremos fadados à estagnação.
E assim, pela miopia de poucos e a desunião de muitos, nos encontramos atolados até o pescoço na nossa tragédia sindical.
Enquanto a PRF se apequenar, enquanto esquecermos que classe não é categoria e que o mais novilho é tão Policial Rodoviário Federal quanto o decano( e deve gozar do mesmo respeito institucional do DPRF), seremos prisioneiros da nossa guerra particular.
PRF Filipe
Bacharel em Direito pela UFRN
Pós-graduando em Ciências Penais pela Rede LFG-UNIDERP
Policial Rodoviário Federal
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Prezado Filipe, iniciamente digo que sou contrário ao Siniprf, mas atribuir a "ele" a divisão perefeana é querer "tampar o sol com a peneira"!. Muito antes de se falar no "dito cujo" já eramos "passados para trás" por esse e antigos (des)governos, o exemplo maior foi quando nos infiaram "guela abaixo" as tabelas salariais da MP 305 (perdemos até para PCDF!)e esse camarilha de POLÌTICOS (sic) que se autointitulam AMIGOS DA PRF, deixou tudo acontecer sem nada fazer!.
ResponderExcluirNa minha modesta opinião, o erro está na maneira servil e submissa que nossos lideres sindicais, com RARÍSSIMAS exeções, tratam
esses "trezentos picaretas"!!!.
ESSA É A MINHA OPINIÃO, SEM QUERER SER O DONO DA VERDADE!
Saudações PeReFeanas