domingo, 18 de julho de 2010

V for Vendetta


Boa noite Londres!
Primeiro quero pedir desculpas
pois este é o canal de emergência!
Como muitos de vocês, eu também
aprecio os confortos da rotina diária...
a segurança do que é familiar,
a tranquilidade do que é repetitivo...
Gosto disso, como qualquer um.
No intuito de comemorar
eventos importantes do passado,
geralmente associados
à morte de alguém
ou ao fim de alguma
horrível luta sangrenta,
vocês celebram um feriado convencional.
Achei que podíamos marcar
esse dia 5 de novembro,
um dia que certamente
não é mais lembrando,
tirando um dia das nossas vidas diárias
para sentar e bater um papinho.
Claro que há alguns que
não querem que falemos.
Neste momento estão gritando ordens nos telefones
e homens armados estão a caminho.
Por que? Porque enquanto o cassetete
é usado no lugar da conversa
as palavras sempre manterão seu poder.
As palavras expressam um significado
e são para aqueles que aceitam ouvir
a revelação da verdade.
E a verdade é que há algo terrivelmente
errado com este país, não é?
Crueldade e injustiça,
intolerância e opressão.
E enquanto que antes vocês
tinham a liberdade de objetar,
de pensar e falar o que quisessem,
Hoje vocês tem a censura
e sistemas de vigilãncia,
coagindo vocês a conformidade e a submissão.
Como isso aconteceu?
De quem é a culpa?
Certamente uns são mais culpados que outros,
mas serão responsabilizados.
Mas o certo é que se quiserem achar o culpado,
basta olharem-se no espelho.
Sei por que fizeram isso.
Sei que estavam com medo.
Quem não estaria?
Guerras, terror, doenças.
Milhões de problemas conspiraram
para corromper sua razão
e roubar seu sentido comum.
O medo os dominou.
E em seu pânico, recorreram
ao alto chanceler Adam Sutler.
Ele lhes prometeu ordem e paz.
E a única coisa que pediu em troca foi
seu consentimento calado e obediente.
Ontem à noite, busquei
acabar com esse silêncio.
Ontem à noite, destruí o velho tribunal para lembrar
a este país o que está esquecido.
Mais de 400 anos atrás,
um grande cidadão quis incrustar o dia 5 de novembro
para sempre em nossa memória.
Sua esperança era lembrar ao mundo que
retidão, justiça e liberdade
não são meras palavras.
Elas são perspectivas.
Então se não viram nada,
se desconhem os crimes desse governo,
então sugiro que não façam nada no dia 5 de novembro,
mas se virem o que vejo,
se sentem o que sinto
e se buscam o mesmo que eu,
peço que fiquem do meu lado,
daqui a um ano em frente aos portões do parlamento.
E juntos lhes daremos um 5 de novembro
que nunca, nunca esquecerão.

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