terça-feira, 8 de junho de 2010

A PRF E SEUS PONTOS DE VISTA

No país das Maravilhas:


Carta aberta de um Inspetor guerreiro em defesa da Polícia Rodoviária Federal

11 Maio 2010

Colegas Inspetores (as),

É por demais natural que tenhamos certo receio de sair do SINPRF e ingressar no novo sindicato, específico dos Inspetores, afinal o temor relacionado a tudo que é novo (que altera nossa rotina ou não define plenamente nossa posição futura) é inerente à condição humana, ao menos até que se mostrem resultados e comparações possam ser feitas entre a nova entidade e a até então existente ou predominante.

O atual modelo sindical tem mais de 20 anos. Foram 20 anos de algumas virtudes e outros tantos vícios. A hora é de remodelamento, até para que se promovam as adequações necessárias em face da evolução da Carreira da qual fazemos parte. Vale lembrar que a Carreira de Policial Rodoviário Federal foi criada em 1998 e reestruturada em 2006, estando, ainda, em fase de adequações para sua implementação completa. Dentre as adequações necessárias está a regulamentação de um Plano de Insígnias que melhore a identidade visual da corporação e consolide a hierarquia funcional.

Preocupações relacionadas ao número de Inspetores que participaram da fundação do SiNIPRF-Brasil não têm o menor sentido, basta verificar quantos fundaram o SINPRF e quantos participam atualmente das Assembléias. Dizer que tal fundação se deu “na calada da noite” é mais uma inverdade, as discussões sobre a nova entidade começaram logo após a edição da MP 305 que regulamentou a Classe dos Inspetores, assegurando-lhes prerrogativas funcionais e definindo suas atribuições (dentre as quais as atividades de direção, coordenação e supervisão administrativa e operacional do DPRF).

Pessoas com passado de lutas podem e devem se integrar na batalha por uma entidade sindical diferente. Alguns podem dizer que o SiNIPRF já nasceu com defeitos, apontem-nos e sugiram modificações de forma construtiva e democrática. Afirmar que nós não somos uma categoria profissional, como alguns afirmam, demonstra falta de cultura sindical pois categoria profissional ou funcional pode ser definida como “o conjunto de trabalhadores que exercem atividades específicas e defendem interesses homogêneos” ou “o conjunto de servidores com atribuições específicas e interesses comuns” e por aí vai. O que não podemos mais é ser representados por pessoas que não reconhecem as especificidades de nossas atribuições e não admitem um tratamento remuneratório diferenciado para os Inspetores, vale lembrar que todos os PRFs um dia serão Inspetores, assim como todo Inspetor já foi Agente durante a maior parte de sua vida funcional.

Afirmar que os Inspetores não constituem uma categoria funcional é negar vigência à Lei 9.654/98 e suas alterações posteriores, é negar que os Inspetores possuem atribuições específicas e portanto merecem remuneração compatível com suas responsabilidades, é negar-lhes o direito de livre organização sindical e de sentar-se à Mesa de Negociação defendendo seus legítimos interesses funcionais.

Vale destacar que em momento algum os fundadores do SiNIPRF sugeriram a desfiliação dos sindicatos estaduais como condição para o ingresso na nova entidade, nem consta de seu Estatuto tal previsão, o que se busca é uma representação exclusiva para os Inspetores, uma representação para atender os anseios de um conjunto de servidores que cansou de ser rotulado de forma pejorativa (dinossauros, casca grossa, analfabetos................ e por aí vai) chega de discriminação com aqueles que trouxeram a nossa PRF até os dias de hoje e estão transferindo para as novas gerações uma Instituição reconhecida pela sociedade e com melhores expectativas de futuro.

O que não pode mais acontecer é um sistema com mais de 20 anos de existência se opor, de forma raivosa, aos anseios de um grupo específico de servidores (filiados seus por sinal) em propor uma nova visão quanto ao futuro de nossa categoria. Não podemos aceitar a imposição de um sindicato que pensa agregar categorias com interesses diversos (Agentes e Inspetores), ou alguém duvida que na Mesa de Negociação tem prevalecido o interesse dos agentes (que não são a maioria, ao contrário do que afirmam o tempo todo).

Dentre as lutas vindouras, já em andamento, merece destaque as reivindicações quanto à regulamentação do uso de insígnias por parte dos Inspetores de verdade (não aos inspetores de portaria, ou seria de porcaria eis que estão usurpando nossas legítimas atribuições), além da equiparação salarial com os Oficiais Superiores da PM/DF, algo como R$ 19.500,00 para Coronel, eis que as atribuições legais se equivalem. Dizer que a preparação de um Coronel é superior à de um Inspetor não desqualifica nossa luta, visto que os cursos de aperfeiçoamento na PM existem há muito tempo e na PRF estão em fase de regulamentação, além do que buscamos conquistas para o futuro, ninguém evolui atrelando-se a erros do passado, prá frente é que se anda.

Por mais que possa forçar a mente, não é possível entender a hipocrisia de alguns dirigentes do sistema sindical moribundo que afirmam ser um absurdo querer equiparar o subsídio de um Insp. III ao de um Coronel da PM/DF, para tentar desqualificar a luta do novo sindicato. Será que eles, alguns em final de carreira e diretamente beneficiados pela proposta, não gostariam de uma garantia remuneratória como a que se está propondo...... ou é pura dor de cotovelo por não poderem assumir a paternidade da proposta e conduzir de forma altiva e legítima nossa categoria na luta por tais conquistas que farão história e serão um divisor de águas no movimento sindical.

Quanto ao novo sindicato é natural que leve tempo para se consolidar, depende de cada Inspetor (a), de seu empenho e sua luta. É bom lembrar que o sistema moribundo, com mais de 20 anos, ainda não conseguiu filiar todos os PRFs, será que é por atenderem satisfatoriamente aos seus anseios?????.

Não precisamos mais alimentar o “complexo de vira-latas” que imperava em nosso meio até agora. Vamos pensar e agir como Carreira de Estado que somos. Vamos cobrar o tratamento que merecemos e consolidar a nossa entidade representativa.

Cordiais Saudações.

André Tadeu dos Santos
Inspetor III
Fonte: http://www.siniprfbrasil.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=63:carta-aberta-de-um-inspetor-guerreiro-em-defesa-da-policia-rodoviaria-federal&catid=40:opniao&Itemid=66


No mundo real:

O Forum ja tá cheio de tópicos reclamando da falta de efetivo, eu sei, mas mesmo assim não consegui evitar de postar mais esse desabafo. Essa Comunicação de Ocorrência Diversa foi protocolada da del. 7/5 no dia 23/04 em mais uma tentativa de cobrar mais efetivo. Cansa ver as coisas acontecendo na sua frente e não poder fazer nada, ta difícil manter alguma motivação...

"Comunico à Vsa que no plantão do dia 19 para 20 de abril ocorreram 4 situações de flagrante delito em frente ao posto Prf e por falta de efetivo os Prf`s não puderam fazer nada e ninguém foi preso. Às 12:38 foi dada ordem de parada para o veículo Astra placas LQF0138 e o mesmo acelerou e fugiu. Havia apenas um Prf no posto e este não conseguiu acionar a "cama de faquir" porque a corda havia sido cortada. O veículo provavelmente transportava drogas ou contrabando. Aproximadamente às 12:45 uma equipe da receita que fazia fiscalização em frente ao posto localizou um travesseiro recheado de maconha no bagageiro de um onibus de linha, ao pedir para o passageiro descer o mesmo correu para as plantações nas proximidades do posto e a Prf não pode auxilia-los pois havia apenas um Prf no posto. Às 12:50 a mesma equipe da Receita Federal deu ordem de parada ao C4 Pallas placas ARK8951 e o mesmo acelerou e fugiu. Havia apenas um Prf no posto e dois Prf's na "rampa" atrás do posto vistoriando um veículo suspeito e novamente a Prf não pôde fazer nada. O veículo provavelmente transportava drogas ou contrabando. Às 07:03, já no dia 20 de abril, o veículo S10 placas ARV0712 com queixa de roubo do dia 18/04/2010 passou em frente ao posto e disparou o alarme do sistema SINIVEM, mas havia apenas um Prf no posto e este não pode fazer nada.
Essas quatro ocorrências em um só plantão mostram bem a situação de falta de efetivo que se encontra atualmente a Del 7/5 de Foz do Iguaçu, responsável pelo posto Prf de Santa Terezinha de Itaipu, pois os Prf's de plantão no posto são responsáveis pelas ocorrências na rodovia Br 277 do km 672 até o km 723, mas não conseguem nem dar conta das ocorrências que ocorrem em frente ao posto, quem dirá do resto da rodovia. Lembrando também que há aproximadamente uma semana foi desencadeada a Operação Desvio na região pelo GAECO, na qual foram emitidos cerca de 50 mandados de prisão, sendo 19 destes contra policiais civis, que atuavam no desvio do posto Prf. Toda a droga e contrabando que alimentava essa quadrilha passa pela br 277, desviando apenas o posto Prf. Isso mostra como os criminosos respeitam o posto Prf, mas mostra também como a Prf tem falhado no policiamento ao longo do trecho. Sendo assim, mostra-se evidente a necessidade de mais efetivo neste posto e na delegacia, pois com ocorrências como estas em frente ao posto em que os criminosos saem impunes em pouco tempo a Prf acabará perdendo o respeito que adquiriu com tanto trabalho e esses criminosos que transitam livremente pela br 277 não terão o trabalho nem de desviar o posto."

Fonte: Fórum do DPRF

Um comentário: